Medo - Chico Chico & João Mantuano

Quem dorme a noite comigo Quem dorme a noite comigo É meu segredo É meu segredo Mas se insistirem, lhes digo Mas se insistirem, lhes digo O medo mora comigo O medo mora comigo Mas só o medo, mas só o medo E cedo porque me embala E cedo porque me embala Num vai e vem de solidão É com silêncio que fala É com silêncio que fala Com voz de móvel que estala E nos perturba a razão E nos perturba a razão Gritar, quem pode salvar-me Gritar, quem pode salvar-me Do que está dentro de mim Gostava até de matar-me Gostava até de matar-me Mas eu sei que ele há-de esperar-me Ao pé da ponte do fim Ao pé da ponte do fi...

À noite a janela tende a espelhar Tudo que eu queria procurar O futuro vem lembrar Por onde as rodas vão girar Se ainda é preciso ir E eu vou, vou, vou Pr'um lugar maior Longe desse vazio E antes de dar o meu adeus pro que vai ficar Quente é o seio entre os dedos Quente é o medo que te faz querer continuar Eu olho essa janela E vejo que parece ontem O que às vezes acontece em mim Pois tudo que eu quero eu já tenho E o que ainda falta? O que você quer viver ao meu lado? Viver ou sonhar? O que é meu é seu E esse mundo é nosso E não nos falta nada Não há olhar de adeus E nem ninguém que possa dizer "não fui amada" O que é meu é seu E esse mundo é nosso E não nos falta nada Não há olhar de adeus E nem ninguém que possa dizer "não fui amada" Eu não preciso de mais nada Eu não preciso de mais nada

Vejo que não se contenta com toda a verdade Por isso que minto pra me combater Faço de tudo comigo pra não ser eu mesmo Mas o meu destino, quem paga pra ver? Lembro de quando a morte não era tão ruim Só por desconhecer Salve-se quem puder Que a vida não espera quem não quer Beije-me, mulher! Que sopa a gente toma de colher Lembre-se de si e se puder Relembre que pra longe eu vou à pé Salve-se, mulher! De perto eu sou a flor do seu deserto Vejo que não se contenta com toda a verdade Por isso que minto pra me combater Faço de tudo comigo pra não ser eu mesmo Mas o meu destino quem paga pra ver sou eu Lembro de quando a morte não era tão ruim Só por desconhecer Salve-se quem puder Que a vida não espera quem não quer Beije-me, mulher! Que sopa a gente toma de colher Lembre-se de si e se puder Relembre que pra longe eu vou à pé Salve-se, mulher! De perto eu sou a flor do seu deserto Salve-se

A cidade passa sobre mim A cidade passa sobre nós A cidade passa sobre mim A cidade passa sobre nós A cidade fere, fere sim As luzes dos postes, os nossos sóis A cidade fere, fere sim As luzes dos postes, os nossos sóis O poeta é infeliz e ninguém sabe E nem sequer querem saber Pois o poeta sorri E todo mundo vê Pois o poeta sorri E todo mundo vê Bons homens têm fome Homens maus comem Bons homens têm fome Homens maus comem Bons homens têm fome Homens maus comem Bons homens têm fome Homens maus comem As esquinas, o horizonte infinito As ruas, o meu mar Os bares, navio que eu guio As pessoas, terras a desbravar O meu cigarro, a minha vela As conversas, meus mapas Entre risos e tapas Num happy hour de sarjeta Meio-fio, meu cais Me aporta e me aconchega Me sujeito às estrelas e a tudo mais Me sujeito às estrelas e a tudo mais Me sujeito às estrelas e a tudo mais Me sujeito às estrelas e a tudo mais, tudo mais, tudo mais, tudo Me sujeito às estrelas e a tudo mais, tudo mais Me sujeito às estrelas e a tudo mais Bons homens têm fome Homens maus comem Bons homens têm fome Homens maus comem Bons homens têm fome Homens maus comem Bons homens têm fome Homens maus comem